terça-feira, 11 de outubro de 2011

UMBANDA E POLITICA

Em varias épocas a religião se confundiu com o poder, quase como se fossem um só, e por conta disto, aproveitadores se dizendo religiosos tiraram muito proveito do povo... Coisa que continua acontecendo até hoje, de forma diferente, mas continua.
Pessoas inescrupulosas usam fiéis de determinadas religiões como massa de manobra, alimentando inclusive o temor que muitos têm de uma “ida para o inferno” quando de seu desencarne, para conseguir seus objetivos.
Estes objetivos que, num primeiro momento se resumiam a uma “ganância monetária”, rapidamente se transformou numa ânsia pelo poder (é claro que sabemos que a questão monetária continua implícita).Esta ânsia pelo poder faz com que este antes “religiosos” para se manterem no tal poder, passem a procurar e oferecer “benesses” ao seu povo santo, nem que para isto precise “pisar” em outros segmentos.
Os umbandistas, os verdadeiros, os que praticam a caridade, sem esperar nada em troca, geralmente são avessos a esta mistura RELIGIÃO X POLITICA, e por conta disto muitas vezes taxados como um povo não politizado.
Ocorre que talvez seja ao contrario, pois tenho visto algumas campanhas por ai tipo “QUEM É DO AXÉ VOTA EM QUEM É DO AXÉ”, mas agora eu pergunto, devemos votar num candidato apenas por ele ser umbandista???? Não seria isto uma clara demonstração de falta de cultura política??
Penso que devemos sim votar num candidato que seja compromissado com a verdade, honesto, digno de receber nosso voto, e que se for umbandista melhor ainda.
Se dizer umbandista, evangélico, católico, etc., não e certificado de honestidade para ninguém.
Por ser o Brasil um estado Laico, é muito correto que tenhamos em nosso Legislativo representantes de todos os segmentos, inclusive umbandistas, mas volto a dizer, pessoas serias e comprometidas com ideais honestos, não aproveitadores, que num discurso inflamado se colocam como os “salvadores” os “defensores” do povo de santo.
Tenho muita vontade de apoiar um candidato que seja umbandista, e nesta eleição se tudo correr bem eu farei isto, mas sempre observando quem é o candidato, seu histórico, não só como umbandista, mas como cidadão.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

RESPEITO

Nós Umbandistas como todos os seres humanos, estamos passiveis a erros e acertos, somos passionais em alguns casos e racionais em outros, mas não podemos nos furtar de uma coisa, temos a obrigação de nos respeitarmos.


Nossa comunidade que se diz tão discriminada por outros segmentos, sofre muito mais com o desrespeito entre seus membros.

De que adianta criarmos movimentos para cobrar dos outros uma coisas que não temos em nosso meio, o respeito.

O pensar é livre e o entendimento também, a Umbanda por sua diversidade nos permite varias formas e maneiras de entendê-la, é a única religião que nos permite adequar a sua pratica ao nosso gosto, nos da à chance de exercitarmos nosso bom senso e nosso livre arbítrio, nos permite encontrarmos sempre um local com o qual tenhamos afinidade com a forma que a Umbanda é praticada ali.

Não importa a raiz que seguimos, ou qual a denominação, o que importa é que a essência da Umbanda esteja presente.

Não temos condições de afirmar o que é certo ou errado, uma coisa que parece absurdo para um, pode ter muito fundamento para outro.

Tenho dito muito isto e vou repetir aqui:

A Umbanda vai crescer muito quando os Umbandistas deixarem de se tratar como concorrentes comerciais e passarem a se entender como Irmãos da mesma Fé.

OICD, FTU, Primado de Umbanda, Colégio de Umbanda, etc. São caminhos, mas não são os únicos.

Esotérica, Branca, Omolôko, etc. São formas de culto, mas não são as únicas.

Temos de começar a respeitar e aprender com aqueles que pensam e entendem a Umbanda de forma diferente de nós.

Não somos mestres, somos aprendizes e o seremos por muito tempo, embora alguns desejem e pensem o contrário...

Marco Boeing – ASSEMA/Curitiba

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Liberdade Religiosa

Sou diferente por que “recebo”, um Preto velho e não o “Espírito Santo”?


Sou menos evoluído por que louvo a “Oxalá” e não a “Jesus Cristo”??

Não, sou apenas um Umbandista, que tem o direito a expressar sua fé de acordo com sua crenças.

Não foi o próprio Jesus quem disse: “muitos são os caminhos que levam ao pai” ?

Então, deixem que eu siga o caminho que escolhi.

Liberdade Religiosa não é um beneficio concedido a alguns, e um direito de todos.

Marco Boeing

Dirigente da ASSEMA/Curitiba

segunda-feira, 9 de maio de 2011

POR QUE A SIMPLICIDADE NÃO SATISFAZ

Depois de alguns anos militando na umbanda, comecei a desenvolver um senso critico no diz respeito a minha religião.

Passei a observar as mudanças, as evoluções, os retrocessos, o comportamento, enfim tudo que se refere ao dia a dia da Umbanda.

Uma coisa tem me incomodado muito; a falta de simplicidade que tenho observado nos terreiros. Quando iniciei na Umbanda, pés no chão, uma roupa branca, algumas velas brancas no altar e pronto, o terreiro estava pronto para funcionar, as entidades sempre presentes, os consulentes atendidos, os médiuns felizes por estar ali, enfim uma atmosfera propicia para pratica do bem.

Não existiam cursos como, por exemplo, formação de “sacerdotes” em dois anos, nosso aprendizado era dentro do terreiro, ouvindo o dirigente, as entidades, os mais experientes.

Muitos vão dizer que a evolução é importante e faz parte da vida, concordo, mas penso que deva ser uma evolução inteligente, coerente.

Infelizmente tenho visto muitos que inventam rituais, fundamentos praticas, muitas beirando o absurdo, outros vão buscar em outras religiões, praticas que nada tem haver com a Umbanda, em nome de uma pretensa evolução.

Vejo a subserviência, a idolatria à pessoa do “pai de santo” muito grande, vejo que em muitos casos a espiritualidade fica em segundo plano, hoje Orixá virou sobrenome e até propriedade pessoal, terreiros viraram desfiles de moda ou concursos de fantasias.

Aprendi que quando se vai a outro terreiro devemos saber entrar e sair, minha Mão de Santo, nos ensinou que quando visitamos outra casa, salvo se somos convidados pelo chefe do terreiro, somos assistência, e nosso lugar é “na fila do passe” como ela dizia. O que ocorre hoje é bem diferente, “pais de santo” que se acham no direito de exigir que se dobrem atabaques para ele, que se prestem reverencias, e muitas vezes ainda saem reparando, criticando ou caçoando do trabalho, e por que tudo isto? Justamente pelo fato de que a espiritualidade para eles é apenas um detalhe.

Não sei onde isto vai acabar, espero que acabe antes que a Umbanda acabe...

Amigos longe de mim querer generalizar ou ser o dono da verdade, como disse no inicio, sou apenas um observador do comportamento umbandista.

Ainda bem que temos terreiro que ainda mantêm a essência da umbanda, onde a palavra de um Preto Velho ou de um Caboclo e ouvida e seguida. Onde o dirigente senta com seus filhos, ouve, explica, não tem vergonha de dizer “não sei, mas vou tentar aprender”.

Este texto nada mais é que um desabafo de um saudosista, que pisou muito em terreiro de chão batido, que limpou muito cinzeiro, que já caiu varias vezes de “bunda” no chão durante o desenvolvimento, que já levou muito “pito” de entidades, que teimou muitas vezes, mas que aprendeu a amar com todas as forças a Umbanda, e que depois de todo este tempo vivenciando a Umbanda tem uma pergunta aos Umbandistas:

POR QUE A SIMPLICIDADE NÃO SATISFAZ ???

sexta-feira, 6 de maio de 2011

UNIÃO ESTÁVEL...

O Superior Tribunal Federal, aprovou por unanimidade a legitimidade da “união estável Homoafetiva”, nada mais justo, pois quem achava correto por exemplo uma pessoa ser discriminada pela família , mal tratado, apenas por ter uma opção sexual diferente do que se considera “normal”.

Ai esta pessoa era obrigada a se afastar desta família, estuda, trabalha, encontra alguém e divide sua vida com esta pessoa, apoiado por esta pessoa, melhora sua vida, adquiri bens, e ai por força do seu destino desencarna. Pronto era a deixa pra aquela mesma família que o discriminou vir correndo tomar posse de tudo o que ele tinha conquistado em conjunto com seu companheiro, quase como uma compensação pela “vergonha” que ele os havia feito passar.

Pois bem o STF acabou em definitivo com esta farra....

Nosso conceito de casamento esta baseado na Bíblia, como se tudo que lá estivesse escrito fosse a verdade absoluta, pois segundo alguns foi “escrita por Deus”, eu não concordo (mas isto e uma outra discussão).

Ocorre que esquecemos que a formação familiar, e muito anterior a biblia que tem apenas 2.000 anos, e o conceito de família, de grupos familiares existe desde a idade da pedra.

Quem somos nós para determinarmos quem pode viver com quem?

A questão da discriminação, do preconceito esta ainda muito arraigada em nossa sociedade, onde as minorias, tem de recorrer a justiça para obter um direito que já é dado as “maiorias”.

Os religiosos muitas vezes não seguem os ensinamentos de amor e fraternidade de suas religiões, pois “amamos a todos desde que eles sigam o que nós determinamos como correto”.

As demonstrações de raiva, ódio, quase que incontroláveis de alguns ditos religiosos em relação a este assunto, me leva a entender por que, quase que 75% dos conflitos armados (guerras) que se travam no planeta são causados por questões religiosas.

E nós umbandistas como ficamos neste caso?

Tenho uma opinião:

Temos de apoiar incondicionalmente qualquer ação que vise acabar com o preconceito e que venha conceder direito a qualquer pessoa ou grupo, seria até uma incoerência, uma falta de bom senso se fizéssemos ao contrario, pois lutamos dia a dia em nossos terreiros contra o preconceito e a discriminação.

Lembrem-se a “Umbanda” e uma religião que acolhe a todos encarnados ou desencarnados, sem nenhum tipo de preconceito, os “Umbandistas” deveriam ser assim também, mas.....

quinta-feira, 5 de maio de 2011

TENHO OBSERVADO

Sou uma pessoa muito curiosa, adoro visitar centros e terreiros, mas não vou lá para ser reverenciado como dirigente, na verdade na maioria das vezes passo despercebido.

Sou também um estudioso da Umbanda, sempre que ouço falar de algo que não conheço vou à procura da resposta, tento de todas as forma conseguir esta informação, e por ser um estudioso ou diria um curioso, criei o habito de observar, mas não observar no intuito de sair depois falando, e sim para conhecer, aprender sobre formas e rituais umbandistas diversos, mas tem uma coisa que tenho visto muitas vezes e tem me incomodado muito:

Por que existe tanta submissão dentro dos terreiros?

Por que entidades ditas “de Luz”, quase escravizam médiuns?

Por que muitos médiuns são humilhados e/ou ameaçados por “entidades” muitas vezes publicamente?

Eu tenho uma teoria: São os médiuns, geralmente dirigentes de casas, que fazem de suas entidades “reis ou rainhas”.

Eu pergunto: qual a necessidade de um Exu dito guardião ter três cambonos, um para segurar seu copo de Wisky (importado diga-se de passagem), outro para segurar o pano onde ele limpa a mão e a boca e outro para segurar seu cinzeiro?

Tenho certeza de uma coisa e uma duvida sobre outra:

A certeza é que isto é vaidade do médium, a duvida é se ele realmente estaria vibrado por um verdadeiro Guardião ou por um Kiumba zombeteiro?

Vi muitas vezes , preto velhos entidades que representam a Humildade e a sabedoria da Umbanda, exigindo desde a marca do fumo para seu cachimbo até o tipo de vinho e sua procedência .

Quero fazer um alerta (quem sou eu para ter esta pretensão, mas mesmo assim vou adiante) para médiuns e dirigentes.

Aos médiuns:

Tomem cuidados com a vaidade e a soberba, sempre que tiver a “intuição” ou que alguma entidade “pedir” algo de material, pense, reflita se isto não é coisa sua, se não é você que quer isto. Cuide para que todas as “entidades” que trabalham com você sejam educadas e respeitem a todos, pois nenhuma entidade deve vir a um terreiro demonstrando arrogância e desrespeito, se isto acontece algo esta errado. Outra coisa não existe entidade mais ou menos “forte” que a outra, existe sim entidades com mais experiência, e médiuns mais firmes, formas diferentes de atuação mesmo em entidades de uma mesma falange.

Aos Dirigentes:

Lembrem que são vocês os responsáveis por tudo que ocorre numa casa, fiquem atentos a “seus filhos” de corrente para ajudá-los a corrigir certos deslizes, tratem a todos com igualdade, num terreiro não pode haver tratamento diferenciado entre os médiuns.

E o mais importante, vocês são exemplos dentro de suas casas, então procurem ser exemplos positivos, e não pratiquem o ditado do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço", ao contrario dêem o bom exemplo para que todos façam o que você faz...

Marco Boeing – ASSEMA/ Curitiba

terça-feira, 3 de maio de 2011

UMBANDA A CAMINHO DA MATURIDADE...

Ao fazer uma reflexão sobre a Umbanda quando acabamos de completar 102 anos, cheguei a algumas conclusões, umas boas outras nem tanto:


As boas:

• Os médiuns de Umbanda hoje estão bem informados, e buscam sempre por informações novas, e a internet veio nos ajudar nisto

• A juventude literalmente “invadiu” nossos terreiros

• Muitos dirigentes estão conseguindo entender a diferença entre fundamento e tradição e com isto “enxugando” seus rituais

• Movimentos sérios, idealizados por pessoas serias estão surgindo e os umbandistas estão perdendo a vergonha de assumir sua religião

• Nossos terreiros têm conseguido ajudar a muita gente a encontrar seu caminho

O outro lado:

• Continuam as disputas absurdas entre as ditas “grandes escolas” e seus “mestres” por espaço, por quererem se tornar “donos da umbanda”, disputas estas que muitas vezes beiram a baixaria

• A quantidade absurda de cursos oferecidos sobre umbanda, onde sempre me pergunto se todos os “professores” que ministram estes cursos realmente têm condições de fazê-lo, principalmente quando falamos de cursos como “formação de sacerdotes”, coisa que sempre soube que se aprende dentro do terreiro.

• A criação de movimentos com interesses particulares, que utilizam umbandistas incautos como massa de manobra

• A fraca ou inexistente atuação da maioria das federações, que nada ou quase nada oferecem aos umbandistas, preocupando-se apenas com a cobrança das mensalidades

• Os umbandistas que insistem em trazer para dentro de nossos terreiros rituais e elementos que não fazem parte da Umbanda, apenas para “serem diferentes”, ou ainda muitas vezes querendo nos ligar ao Candomblé, como se fossemos parte dele.


Depois de pensar muito sobre isto, cheguei a uma conclusão:

Será que é muito difícil irmos tentando acertar estes pontos negativos, aparar as arestas e assim trabalharmos em conjunto para que nossa religião cresça e seja cada vez mais respeitada????

Para muitos que vão ler esta mensagem isto é quase impossível.....infelizmente.



Marco Boeing – ASSEMA/Curitiba

segunda-feira, 2 de maio de 2011

UMA PEQUENA CRÔNICA

Um médium iniciante, foi falar com o Dirigente do terreiro, estava ansioso em saber algumas coisas:

- Pai preciso saber urgente quem são meus Orixás, e com quais entidades vou trabalhar?

- E por que esta pressa meu filho? - respondeu o dirigente.

- É que tenho amigos em outro terreiro e quando souberam que eu estava frequentando a Umbanda, me fizeram estas perguntas e eu não soube responder.

- Vou te ensinar a resposta, quando te perguntarem novamente responda:

"Sou filho do Orixá Humildade e do Orixá Caridade, as entidades com as quais vou trabalhar são Fé, Amor, Paciência, Perseverança."

O médium ficou olhando sem entender as palavras do dirigente que continuou:

- Na Umbanda não temos de nos preocupar quem são nossos Orixás, temos o dever de cultuar a todos com a mesma fé e amor, de nossas entidades o que menos vai importar é seu nome, devemos sim nos preocupar em ajudá-las a transmitir a aqueles que as procurarem as energias positivas e a paz que procuram.

Marco Boeing

UM ALERTA

Sou uma pessoa muito curiosa, adoro visitar centros e terreiros, mas não vou lá para ser reverenciado como dirigente, na verdade na maioria das vezes passo despercebido.


Sou também um estudioso da Umbanda, sempre que ouço falar de algo que não conheço vou à procura da resposta, tento de todas as forma conseguir esta informação, e por ser um estudioso ou diria um curioso, criei o habito de observar, mas não observar no intuito de sair depois falando, e sim para conhecer, aprender sobre formas e rituais umbandistas diversos, mas tem uma coisa que tenho visto muitas vezes e tem me incomodado muito:

Por que existe tanta submissão dentro dos terreiros?

Por que entidades ditas “de Luz”, quase escravizam médiuns?

Por que muitos médiuns são humilhados e/ou ameaçados por “entidades” muitas vezes publicamente?

Eu tenho uma teoria: São os médiuns, geralmente dirigentes de casas, que fazem de suas entidades “reis ou rainhas”.

Eu pergunto: qual a necessidade de um Exu dito guardião ter três cambonos, um para segurar seu copo de Wisky (importado diga-se de passagem), outro para segurar o pano onde ele limpa a mão e a boca e outro para segurar seu cinzeiro?

Tenho certeza de uma coisa e uma duvida sobre outra:

A certeza é que isto é vaidade do médium, a duvida é se ele realmente estaria vibrado por um verdadeiro Guardião ou por um Kiumba zombeteiro?

Vi muitas vezes , preto velhos entidades que representam a Humildade e a sabedoria da Umbanda, exigindo desde a marca do fumo para seu cachimbo até o tipo de vinho e sua procedência .

Quero fazer um alerta (quem sou eu para ter esta pretensão, mas mesmo assim vou adiante) para médiuns e dirigentes.

Aos médiuns:

Tomem cuidados com a vaidade e a soberba, sempre que tiver a “intuição” ou que alguma entidade “pedir” algo de material, pense, reflita se isto não é coisa sua, se não é você que quer isto. Cuide para que todas as “entidades” que trabalham com você sejam educadas e respeitem a todos, pois nenhuma entidade deve vir a um terreiro demonstrando arrogância e desrespeito, se isto acontece algo esta errado. Outra coisa não existe entidade mais ou menos “forte” que a outra, existe sim entidades com mais experiência, e médiuns mais firmes, formas diferentes de atuação mesmo em entidades de uma mesma falange.

Aos Dirigentes:

Lembrem que são vocês os responsáveis por tudo que ocorre numa casa, fiquem atentos a “seus filhos” de corrente para ajudá-los a corrigir certos deslizes, tratem a todos com igualdade, num terreiro não pode haver tratamento diferenciado entre os médiuns.

E o mais importante, vocês são exemplos dentro de suas casas, então procurem ser exemplos positivos, e não pratiquem o ditado do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço", ao contrario dêem o bom exemplo para que todos façam o que você faz...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

UM ZÉ....

Zé Pelintra, quem seria esta entidade???

Um Malandro?

Um Exu?

Um Mestre da Jurema?

Um Baiano?


Vamos encontrar varias versões e todas elas de certa forma corretas, digo isto por que entendo que esta entidade circula entre linhas, podendo atuar onde a casa determine ou necessite.

Ao contrario do que muitos pensam e pregam, não encarna e figura do “malandro carioca”, na verdade esta entidade trás em sua forma de atuação a essência do povo brasileiro, trabalhador, sofrido, com uma fé muito grande e sempre alegre.

É uma falange de entidades que conhece os atalhos dentro da espiritualidade, mandingueiro por natureza, não necessita de muita coisa para realizar seus trabalhos, muitas vezes resolvendo tudo no “papo”.

Extremamente sincero, e muito amigo de seus amigos, exigente com seus “aparelhos”, mas esta exigência não se reflete em questões materiais (roupas, bebidas, etc), é exigente no que diz respeito a responsabilidade do médium para com seu trabalho.

Infelizmente muitos “umbandistas”, criaram e costumam alimentar mitos e idéias erradas a respeito desta entidade, utilizando seu nome e sua figura para cobrar trabalhos, colocar medo em incautos, etc.

Gostaria muito de ver algumas destas pessoas na hora do “acerto de contas”, frente a frente com seu Zé, confesso que seria muito divertido.

Enfim é assim que eu vejo seu “Zé Pelintra”, nem melhor nem pior que ninguém, apenas um espírito em busca de evolução, assim como vários outros “Zes”, “Antonios”, “Joãos”, etc.

SEGREDOS DA UMBANDA

Tenho ouvido falar muito em “segredos de Umbanda”, segundo alguns dirigentes, estes segredos não podem ser revelados, alguns inclusive se irritam quando são questionados sobre determinados assuntos, e quando não se recusam a responder, simplesmente o fazem de maneira vaga, com a famosa frase “..É assim mesmo...” Tenho uma opinião sobre isto, acredito que dirigentes que criam segredos para a Umbanda o fazem por dois motivos: Ou o fazem por não querer dividir seu saber com os outros, achando que assim vai conseguir manter sua superioridade, como “detentor dos segredos da Umbanda” , conseguindo assim manter seu pretenso poder sobre um grupo. Ou o fazem por também não saberem as respostas, e não tem a humildade de reconhecer isto, como também não tem o interesse de as procurarem, achando que a obrigação disto é das entidades, ou que o estudo em nada vai contribuir para seu “desenvolvimento”. Seja qual for o motivo, os tais “segredos de Umbanda”, são ao meu ver um dos grandes motivos da debandada de médiuns dos terreiros, pois os tempos hoje são outros, e temos em nossos terreiros pessoas cada vez mais ávidas por conhecimentos, e se não oferecermos isto a eles, com certeza eles vão procura-los em outros locais. Pai Tomas, Preto Velho o qual tenho a honra de servir como aparelho, usa uma frase que sintetiza tudo isto: “O verdadeiro sábio não é aquele que recolhe para si todo o conhecimento, o verdadeiro sábio é aquele que esta sempre dividindo o pouco que aprende...” Pensem nisto Amigos Dirigentes, acabem com estes “segredos”, antes que eles acabem com a Umbanda.

A UMBANDA QUE EU AMO...

A Umbanda que pratico e tento ensinar, é pura e simples, sem


conceitos cósmicos e metafísicos, sem teorias helênicas, despida de

vaidades e preconceitos.


A Umbanda que pratico e tento ensinar, não aceita que para ajudar

alguém ou dar evolução a um ser espiritual, precisemos sacrificar

outro ser, pois entendo que a Umbanda é antes de tudo uma celebração

à vida.


A Umbanda que pratico e tento ensinar, acolhe a todos da mesma forma,

seja qual for sua cor, orientação sexual, posição social e religião.


A Umbanda que pratico e tento ensinar, não quer servos ou escravos,

quer sim pessoas de boa vontade, pessoas que venham com o coração

aberto, pessoas que entendam que não devem vir para a Umbanda

pensando somente em melhorar a sua vida, mas sim pessoas que entendam

que ajudando a melhorar um pouco que seja este mundo, vão com certeza

receber sua parte nesta melhora.


A Umbanda que pratico e tento ensinar, não quer ninguém vivendo "DA

RELIGIÃO" e nem "PARA A RELIGIÃO", quer sim que vivamos "A RELIGIÃO"

em toda sua plenitude.


Na Umbanda que pratico e tento ensinar, Orixás e entidades, não nos

tratam como empregados ou meros "cavalos", eles nos tratam como

companheiros de jornada, não nos fazem exigências absurdas e

respeitam nossos limites e nosso livre arbítrio.


Na Umbanda que pratico e tento ensinar, sabemos que a caridade é

importante, mas não só a material, entendemos que a maior caridade

que podemos fazer e sermos as melhores pessoas o possível, passando

isto a quem nos procura.


A Umbanda que pratico e tento ensinar, nos incentiva a estudar e

aprender cada vez mais, pois entendo que não devem existir segredos

em uma coisa tão bela como esta religião.


A Umbanda que pratico e tento ensinar, é uma Umbanda que não assusta

ninguém, não causa medo, ao contrario traz o prazer e a alegria para

dentro do terreiro.


Na Umbanda que pratico e tento ensinar, não há lugar para a soberba,

os títulos e cargos são meras referências, sem aquela idéia de que

quem os possui é melhor que os outros.


Desculpem a extensão do texto mas senti que deveria dividir com vocês

como é a Umbanda que eu amo...

Desculpem-me também aqueles que pensam diferente, e se sentiram

ofendidos em algum momento...



Marco Boeing – ASSEMA/Curitiba

MUITOS VEM, ALGUNS FICAM OUTROS VÃO....

A Umbanda é uma religião que acolhe a todos, não faz nenhum tipo de distinção entre as pessoas que atende, e por conta disto a entrada de pessoas nas correntes é uma coisa normal e constante.

Algumas casas têm critérios para aceitação de novos membros, outras não, mas uma coisa que nunca deveria ser deixada de lado, o Livre Arbítrio das pessoas.

Sou totalmente contra o que alguns dirigentes fazem, semeando o medo em pessoas que “tem mediunidade”, ouvimos muitas e muitas vezes estes dirigentes afirmarem categoricamente que os problemas da pessoa são causados por sua mediunidade “não desenvolvida”, quase que obrigando o ser a entrar na corrente, e o mesmo ocorre quando uma pessoa demonstra o desejo de se afastar da casa, onde veladamente ela é levada a crer que sua vida vai “desandar” por culpa desta decisão. O agravante é o uso da Espiritualidade, dos Orixás e das Entidades, para se fazer estas ameaças, como se fossem eles os responsáveis pelos “castigos” que o “desistente” vai sofrer dali em diante.

Não tenho como acreditar que Entidades de Luz, Forças puras da natureza, vão de alguma forma prejudicar uma pessoa apenas por ela ter feito uso de o seu Livre Arbítrio, ao escolher não participar ou deixar de participar de uma corrente de Umbanda. Logo eles que nos ensinam sempre que o livre arbítrio é um direito que nos foi “concedido” por Deus.

Esta ultima parte do texto vai diretamente aos dirigentes e para aqueles que aspiram serem dirigentes um dia:



Será que é valido termos em nossas casas, pessoas que ali estejam apenas por medo de serem “castigados”, pelas entidades, por pensarem que sua vida vai “andar para trás” se não desenvolverem???

A Umbanda precisa sim de médiuns que à amem, e que a pratiquem por conta deste amor, só assim a sua essência será mantida.



Marco Boeing

Dirigente da ASSEMA/ Curitiba

RESPEITO

Nós Umbandistas como todos os seres humanos, estamos passiveis a erros e acertos, somos passionais em alguns casos e racionais em outros, mas não podemos nos furtar de uma coisa, temos a obrigação de nos respeitarmos.

Nossa comunidade que se diz tão discriminada por outros segmentos, sofre muito mais com o desrespeito entre seus membros.

De que adianta criarmos movimentos para cobrar dos outros uma coisas que não temos em nosso meio, o respeito.

O pensar é livre e o entendimento também, a Umbanda por sua diversidade nos permite varias formas e maneiras de entendê-la, é a única religião que nos permite adequar a sua pratica ao nosso gosto, nos da à chance de exercitarmos nosso bom senso e nosso livre arbítrio, nos permite encontrarmos sempre um local com o qual tenhamos afinidade com a forma que a Umbanda é praticada ali.

Não importa a raiz que seguimos, ou qual a denominação, o que importa é que a essência da Umbanda esteja presente.

Não temos condições de afirmar o que é certo ou errado, uma coisa que parece absurdo para um, pode ter muito fundamento para outro.

Tenho dito muito isto e vou repetir aqui:

A Umbanda vai crescer muito quando os Umbandistas deixarem de se tratar como concorrentes comerciais e passarem a se entender como Irmãos da mesma Fé.

OICD, FTU, Primado de Umbanda, Colégio de Umbanda, etc. São caminhos, mas não são os únicos.

Esotérica, Branca, Omolôko, etc. São formas de culto, mas não são as únicas.

Temos de começar a respeitar e aprender com aqueles que pensam e entendem a Umbanda de forma diferente de nós.

Não somos mestres, somos aprendizes e o seremos por muito tempo, embora alguns desejem e pensem o contrário...

Marco Boeing – ASSEMA/Curitiba